Adriana
Londoño chega a se confundir com sua personagem Leila, de Rebelde.
Com os cabelos ao vento, sem maquiagem e algumas marcas de expressão que denotam
os 40 anos, esta atriz paulistana garante ter um estilo de vida e um visual meio
hippie, assim como sua personagem. Na trama adolescente de Margareth Boury, na
Record, Adriana representa a mãe de Tomás, um dos protagonistas da história,
interpretado por Chay Suede.
Depois de
algumas desavenças com o filho por ela namorar o diretor Jonas, de Floriano
Peixoto, a personagem de Adriana começa a ter tranquilidade na história - que
volta com uma segunda temporada em 2012. A atriz, que quase não fez composição
para a personagem, por considerar Leila muito próxima ao seu estilo de vida,
assume que passou a prestar mais atenção na relação de mães e filhos
adolescentes para se adequar à realidade de Leila. "Ela tem uma humanidade que
eu valorizo nas pessoas, uma preocupação com a essência do ser humano e uma
sensibilidade que eu gosto muito", ressalta.
Para
Adriana, que não exerceu a maternidade, o momento mais complexo de transparecer
veracidade com sua personagem é no constante conflito com o filho, que passa
pela fase mais conturbada da adolescência. "Ser mãe de um menino de 17 anos é
uma vivência que eu não tenho, que requer mais construção. Quando pensei em ser
mãe, queria pular a fase da adolescência. Tinha medo disso e agora estou vivendo
na ficção", diverte-se, aos risos.
No
entanto, o que realmente chama atenção na atriz é seu discurso contra os
excessivos cuidados estéticos da maioria das atrizes. Assumidamente desprovida
de excesso de vaidade, Adriana garante que chega até a levar bronca das amigas
que acham que ela deveria cuidar mais da aparência. "Não dou bola para isso.
Deixo o cabelo branco, não gosto de salão. Tenho preguiça e prefiro ser natural.
Todo mundo coloca botox, se estica. Tem gente que se estica tanto que acaba
virando outra pessoa. Gosto de encarar no espelho o que a vida está fazendo
comigo", assegura, com uma voz cada vez mais pausada. "Fico pensando nas
personagens velhinhas. Acho que vou ter mais trabalho com 50 ou 60 anos, quando
as atrizes da minha geração não terão rugas. Aí quem vai fazer uma personagem de
época e vivida?", questiona.
No
entanto, a imodéstia da atriz se reflete em sua faceta esportista, que faz com
que Adriana muitas vezes seja selecionada para personagens mais sedutoras. Como
a prostituta Carmencita, a trambiqueira que viveu emCidadão
Brasileiro, de Lauro César Muniz em sua estreia na Record, em 2006. Para se
manter disposta e cuidar do corpo, todos os dias pela manhã Adriana faz questão
de dar um mergulho no mar, correr na praia e praticar ioga, o que,
consequentemente, a mantém em forma. "Esse ritual é quase uma meditação, me faz
entrar em contato comigo e é claro que há resultado estético", avalia a atriz,
que estreou na tevê em 1997, como a Jacqueline de Zazá,
outra trama de Lauro César Muniz. "Ela tinha AIDS. Foi a primeira vez que se
abordou esse assunto em novelas. Foi um trabalho importante socialmente",
lembra.
No
entanto, um dos pontos altos da carreira da atriz foi em apenas um episódio do
extinto programa Linha
Direta Justiça, da Globo, exibido em 2003. Na produção, Adriana interpretou
Ângela Diniz, uma socialite brasileira da década de 70 brutalmente assassinada
em Búzios - Região dos Lagos fluminense - pelo namorado, o polêmico corretor
Doca Street. "Foi um personagem muito rico e forte. A Ângela era uma mulher
libertária e morreu pelo machismo de um homem", lamenta.
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