segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Adriana Londoño avalia carreira e critica excesso de vaidade

Adriana Londoño não quer esconder ação do tempo. Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
 
Adriana Londoño chega a se confundir com sua personagem Leila, de Rebelde. Com os cabelos ao vento, sem maquiagem e algumas marcas de expressão que denotam os 40 anos, esta atriz paulistana garante ter um estilo de vida e um visual meio hippie, assim como sua personagem. Na trama adolescente de Margareth Boury, na Record, Adriana representa a mãe de Tomás, um dos protagonistas da história, interpretado por Chay Suede.
Depois de algumas desavenças com o filho por ela namorar o diretor Jonas, de Floriano Peixoto, a personagem de Adriana começa a ter tranquilidade na história - que volta com uma segunda temporada em 2012. A atriz, que quase não fez composição para a personagem, por considerar Leila muito próxima ao seu estilo de vida, assume que passou a prestar mais atenção na relação de mães e filhos adolescentes para se adequar à realidade de Leila. "Ela tem uma humanidade que eu valorizo nas pessoas, uma preocupação com a essência do ser humano e uma sensibilidade que eu gosto muito", ressalta.
Para Adriana, que não exerceu a maternidade, o momento mais complexo de transparecer veracidade com sua personagem é no constante conflito com o filho, que passa pela fase mais conturbada da adolescência. "Ser mãe de um menino de 17 anos é uma vivência que eu não tenho, que requer mais construção. Quando pensei em ser mãe, queria pular a fase da adolescência. Tinha medo disso e agora estou vivendo na ficção", diverte-se, aos risos.
No entanto, o que realmente chama atenção na atriz é seu discurso contra os excessivos cuidados estéticos da maioria das atrizes. Assumidamente desprovida de excesso de vaidade, Adriana garante que chega até a levar bronca das amigas que acham que ela deveria cuidar mais da aparência. "Não dou bola para isso. Deixo o cabelo branco, não gosto de salão. Tenho preguiça e prefiro ser natural. Todo mundo coloca botox, se estica. Tem gente que se estica tanto que acaba virando outra pessoa. Gosto de encarar no espelho o que a vida está fazendo comigo", assegura, com uma voz cada vez mais pausada. "Fico pensando nas personagens velhinhas. Acho que vou ter mais trabalho com 50 ou 60 anos, quando as atrizes da minha geração não terão rugas. Aí quem vai fazer uma personagem de época e vivida?", questiona.
No entanto, a imodéstia da atriz se reflete em sua faceta esportista, que faz com que Adriana muitas vezes seja selecionada para personagens mais sedutoras. Como a prostituta Carmencita, a trambiqueira que viveu emCidadão Brasileiro, de Lauro César Muniz em sua estreia na Record, em 2006. Para se manter disposta e cuidar do corpo, todos os dias pela manhã Adriana faz questão de dar um mergulho no mar, correr na praia e praticar ioga, o que, consequentemente, a mantém em forma. "Esse ritual é quase uma meditação, me faz entrar em contato comigo e é claro que há resultado estético", avalia a atriz, que estreou na tevê em 1997, como a Jacqueline de Zazá, outra trama de Lauro César Muniz. "Ela tinha AIDS. Foi a primeira vez que se abordou esse assunto em novelas. Foi um trabalho importante socialmente", lembra.
No entanto, um dos pontos altos da carreira da atriz foi em apenas um episódio do extinto programa Linha Direta Justiça, da Globo, exibido em 2003. Na produção, Adriana interpretou Ângela Diniz, uma socialite brasileira da década de 70 brutalmente assassinada em Búzios - Região dos Lagos fluminense - pelo namorado, o polêmico corretor Doca Street. "Foi um personagem muito rico e forte. A Ângela era uma mulher libertária e morreu pelo machismo de um homem", lamenta.

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